O Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres (NEPED), vinculado ao Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) vem apresentar ao público o Volume II da coletânea Sociologia dos Desastres: construção, interfaces e perspectivas no Brasil. Desta feita, doze pesquisadores do NEPED, em catorze capítulos, apresentam suas contribuições inéditas para uma reflexão multidisciplinar sobre os desastres, assim como sobre os riscos subjacentes ao contexto socioambiental brasileiro, sempre em busca da aproximação com a perspectiva sociológica. Os referidos pesquisadores, além de procedentes da Sociologia, são oriundos de diferentes áreas do conhecimento, das Ciências Exatas às Ciências Humanas: Ciências da Engenharia Ambiental, Direito, Geografia, Psicologia, Economia, Ciência da Informação e outras. Indagam, através de diferentes abordagens e por diversos episódios: como um cotidiano repleto de saturação, alienação, destruição, desigualdade, violência e vulnerabilidade se perpetua e se naturaliza no Brasil? Respondem-no: porque tais condições são provocadas pela insistência de adoção de um modelo de desenvolvimento desatento para com os valores da democracia e dos direitos do cidadão. As contribuições ora trazidas, oriundas de resultados de diferentes pesquisas individuais e/ou coletivas, sob os auspícios de agências de fomento, como a FAPESP, a CAPES e o CNPq - embora, no mais das vezes, realizadas no uso dos parcos recursos próprios do pesquisador - são fruto do esforço de autores que se encontram em diferentes estágios de formação: doutores, doutorandos, mestres mestrandos, graduados e graduandos em iniciação científica. São contribuições indicativas do quão vasta é a problemática dos desastres, tangenciada às dimensões macro e microssociais dos riscos, aos aspectos sociopolíticos e psicossociais. Apesar disso, revelam quão pouco foi descortinada essa problemática no Brasil, requerendo um esforço vigoroso para enfrentar a desafiante realidade local. O passo que cada qual aqui oferece, portanto, não tem a pretensão de ser definitivo, mas uma modesta oferta de pontos de vista críticos e provisórios sobre o tema, intentando validar uma perspectiva humanizante sobre os desastres que desmancham as rotinas e os riscos que os agravam, a cada dia, neste país.