O autor de Minha Vida, cujo nome de batismo é William Jefferson Blythe IV, não usa meias palavras e nem se furta aos esclarecimentos em sua autobiografia, que chega agora às livrarias brasileiras. Clinton mantém o ritmo da narrativa e o estilo leve, sem afetações, tornando o livro uma leitura cativante. O interesse de Clinton pela política começou nos primeiros anos de faculdade e o acompanhou em toda a sua vida. Nascido na pequena cidade de Hope, no estado do Arkansas, ele concorreu aos cargos de deputado, procurador-geral, governador e então presidente. Ao contar seus sucessos e revezes no poder, o ex-presidente norte-americano traça ainda um abrangente panorama da política nos Estados Unidos nas últimas quatro décadas. Os relatos de Clinton revelam os detalhes das conquistas de seu governo e os problemas enfrentados no cotidiano na presidência dos Estados Unidos. Entre as conquistas, figura a perspicácia e sutileza usadas para fazer com que Ytzhak Rabin e Yasser Arafat dessem as mãos na frente das câmeras. Ele confessa lamentar dois episódios: não ter conseguido capturar o já então procurado Osama Bin Laden, que depois comandaria o ataque ao World Trade Center; e a falta de resultados da ação americana em Ruanda, que não evitou o genocídio, em 1994. "Esse é um dos grandes arrependimentos da minha presidência", declarou. Houve ainda o custo, em sua vida pública e privada, do escândalo que quase inviabilizou sua presidência.