Na especificidade das imagens apresentadas nos poemas deste livro, somos convidades a participar do banquete, na mesma mesa à qual se sentam Roberto Piva e Samuel Beckett, Madonna e Elisabeth Fraser, David Bowie e Wong Kar-Wai. Afinal, do foco chega-se à abrangência. Na sua poética sobre o amor e a cidade, sobre as deidades do cotidiano e o fetiche alimentado pelas cores, formas e gostos que nos rodeiam, Torres constrói uma estética queer muito particular que, ao mesmo tempo, marca a representação do coletivo. Como no verso em que, a partir da intimidade entre dois amantes dedicados a criar leis que os sirvam, alcançamos o universal: o meu sexo sobre o seu destruirá as fundações da usina e com sêmen escreveremos um novo evangelho Que todas as revoluções propostas neste livro sejam descobertas por nós, no melhor tempo.