O autor nos apresenta uma trajetória pessoal de adversidades e superações, expondo o Brasil pela margem de dentro de seus dilemas, dias de blecaute e racionamento da Segunda Guerra Mundial, a morte de Getúlio Vargas, a greve dos 400 mil, em 1957, a violência doméstica resultante do embate entre a ordem rústica que se desagregava e o urbano anômico que se impunha. Com seu olhar microscópico e cotidiano, José de Souza Martins conta sua infância e adolescência, na roça e na fábrica, traçando o retrato de uma era decisiva no advento da modernidade no Brasil: a era Vargas. Sua história é um convite à iniciação nas ciências humanas. Um jeito diferente de conhecer o que elas têm a dizer sobre o homem comum sem desconhecer-lhe o imaginário que dá sentido às incertezas do viver sem rumo.