A ambição da prosa inovadora de Pedro Maciel afirma-se fora do ritmo e do compasso disto a que classificamos nas salas de aula e nos manuais como Literatura brasileira ou ocidental. Diria, pois, que o leitor está diante de atitude e de altitude poético-visionária inédita em termos tupiniquins. A prosa inspirada e utópica do autor vai levar o leitor a deslocamentos súbitos e sucessivos do eu por esferas celestes nunca dantes navegadas. Silviano Santiago Pedro Maciel criou um livro provocador, imprevisível, sombrio e, ao mesmo tempo, alumbrado. O autor apresenta uma visão absolutamente original sobre o mago de Stratford, o esgotador de todos os assuntos. Machado de Assis anotou que não se comenta Shakespeare, admira-se. O leitor vai admirar o retrato inédito do mais importante dramaturgo de todos os tempos. Maciel escreve no futuro, num verbo que ainda não existe ou que o leitor não ousa admitir que exista. Tenho saudade do futuro. Um dia vou retornar ao futuro. O diário perdido de [...]