As mulheres são sempre surpreendentes. Sobretudo quando atuam em universos tradicionalmente dominados pelos homens, como a velha arte de contar estórias. Assim, as 23 Histórias de um Viajante, de Marina Colasanti, instigam e inquietam o leitor pela estrutura e densidade dos temas, mas sobretudo pela sensibilidade feminina que está por trás delas.O tema da viagem em busca de conhecimento, de uma revelação ou da iluminação existe desde que o homem começou a cultivar a arte de contar. Na realidade, partir envolve, de certa forma, a própria inquietação que projeta o ser humano ao desconhecido, a sede de seguir para a frente, de descobrir, mas também de revelar. O viajante está sempre em busca de alguma coisa misteriosa, mas traz também a inquietação, como o cavaleiro deste livro, que consegue penetrar no domínio de um príncipe misterioso, isolado do mundo por altas muralhas. Ali, como uma espécie de Sherazade, passa a narrar as 23 histórias reunidas no volume, "como se soubesse o que ia no coração do príncipe".Como se encarregado de uma missão, talvez sem o saber, o cavaleiro narrador desperta o príncipe para uma nova realidade, descerrando-lhe amplas perspectivas espirituais, numa espécie de iniciação mágica.Seguindo o modelo clássico, os 23 contos narrados pelo viajante se desenvolvem a partir da proposição lançada na história inicial, cujo significado se revela no final, fechando o ciclo iniciático. Dessa forma, o livro pode ser lido como uma série de contos ou como um romance unido pelo fio sutil que liga todas as histórias e as projeta muito além das fronteiras do possível.Mantendo a unidade espiritual com a escrita, as ilustrações do livro são da própria autora. A mão que inquieta com a palavra sabe também encantar com o desenho. As mulheres sao sempre surpreendentes. Sobretudo quando atuam em universos tradicionalmente dominados pelos homens, como a velha arte de contar estorias. Assim, as 23 Historias de um Viajante, de Marina Colasanti, instigam e inquietam o leitor pela estrutura e densidade dos temas, mas sobretudo pela sensibilidade feminina que esta por tras delas.O tema da viagem em busca de conhecimento, de uma revelacao ou da iluminacao existe desde que o homem comecou a cultivar a arte de contar. Na realidade, partir envolve, de certa forma, a propria inquietacao que projeta o ser humano ao desconhecido, a sede de seguir para a frente, de descobrir, mas tambem de revelar. O viajante esta sempre em busca de alguma coisa misteriosa, mas traz tambem a inquietacao, como o cavaleiro deste livro, que consegue penetrar no dominio de um principe misterioso, isolado do mundo por altas muralhas. Ali, como uma especie de Sherazade, passa a narrar as 23 historias reunidas no volume, como se soubesse o que ia no coracao do principe .Como se encarregado de uma missao, talvez sem o saber, o cavaleiro narrador desperta o principe para uma nova realidade, descerrando-lhe amplas perspectivas espirituais, numa especie de iniciacao magica.Seguindo o modelo classico, os 23 contos narrados pelo viajante se desenvolvem a partir da proposicao lancada na historia inicial, cujo significado se revela no final, fechando o ciclo iniciatico. Dessa forma, o livro pode ser lido como uma serie de contos ou como um romance unido pelo fio sutil que liga todas as historias e as projeta muito alem das fronteiras do possivel.Mantendo a unidade espiritual com a escrita, as ilustracoes do livro sao da propria autora. A mao que inquieta com a palavra sabe tambem encantar com o desenho.Um jovem príncipe, um reino cercado por altas muralhas e um viajante. A história do príncipe e as histórias do viajante entrelaçam-se em uma narrativa poética, encantada. O príncipe, com medo da violência dos outros reinos, passou grande parte de sua vida isolado, protegido por altas muralhas. Viu seu avô voltar ensanguentado da batalha. Viu seu pai ser abatido em torneio. Viu feridas abertas nos corpos dos seus tios. A história da sua coroa foi escrita mais com a espada que com a pena. E a espada plantou o medo em seu coração. Muralhas não bastam para deter o medo, lhe disseram os anciões do Conselho. A chegada de um estrangeiro em suas terras desperta-lhe o desejo de acompanhá-lo, sair de seu mundo e percorrer outros lugares.