Este livro se debruça sobre um problema novo e difícil de se abordar; problema dos mais instigantes no cenário pós-transição para aqueles interessados no papel da sociedade civil e dos movimentos sociais na democratização do Estado. Graças às escolhas analíticas construídas cuidadosamente ao longo do livro, averiguar os efeitos do protagonismo assumido pelos movimentos sociais nas instituições participativas sobre os padrões de ação coletiva a eles associados antes desse engajamento institucional é, agora, uma tarefa que pode prescindir da oposição mobilização versus institucionalização inscrita explícita ou implicitamente nas teorias dos movimentos sociais. Assim, o trabalho de Carlos abre um caminho profícuo para a indagação empírica e oferece opções metodológicas à altura do desafio. Sobretudo, os resultados do movimento intelectual do livro são extremamente enriquecedores para a nossa compreensão dos movimentos sociais na pós-transição.