Gaiaku Luiza era dona de uma memória fantástica. Sabia fazer as narrativas sem se perder, sabia cantar e a todos ensinava o significado das palavras. Assim, ao lermos os relatos, temos a sensação de estar ao lado de Gaiaku, ouvindo-a e aprendendo, o que confere também uma faceta didática a este trabalho. O Candomblé Jeje sempre foi esquecido pelos autores em razão do desconhecimento de suas regras. Talvez também tenha contribuído para isso a idéia de que o Candomblé Jeje não poderia ser falado, suas histórias não poderiam ser aprofundadas sob penas diversas, e isso não foi favorável a ninguém. Esta é uma obra indispensável a todos que se interessam pela cultura afro, abrindo caminho para a recuperação da cultura Jeje no Brasil.