A autora apresenta uma análise que vai da lógica da compaixão à lógica utilitarista, modalidades diferenciadas de intervenção sobre a saúde das pessoas e coletividades no século XIX e que, apesar de aparentemente antagônicas, estão mais próximas do que se possa imaginar. Analisa as motivações éticas a partir das quais se legitimaram diversas modalidades de assistência médica aos necessitados. Examina, também, a história de certas práticas e estratégias - a transformação do hospital em espaço médico, o papel da caridade e da filantropia e o nascimento da família moderna como agente de controle médico das populações. Constitui-se, assim, importante reflexão sobre os limites das duas estratégias das políticas assistenciais.