Esse livro questiona os efeitos de sentido no discurso produzido pela legislação educacional a respeito do sujeito deficiente. Para tanto, o autor utiliza a análise de discurso, que investiga aspectos linguísticos e ideológicos no processo de produção do sentido e de constituição do sujeito. A obra revela que, no discurso da legislação, a incompletude e a falta são tomadas como falha, imperfeição e não como possibilidade, desejo. Embora o processo de tornar-se sujeito implique a ideia de um possível, como mostra o autor, a legislação não deixa espaço à indeterminação necessária para a subjetividade. As diferentes formas de designar o deficiente, na perspectiva discursiva, ultrapassam a retórica ingênua e podem revelar que, para além dos fatores biológicos, são os processos ideológicos, sociais e econômicos que constituem e atualizam os sentidos e o próprio sujeito.