Sem a ilusão de escrever a verdade e distante do rigor academicista, o historiador, professor de literatura brasileira, militante socialista e ativista negro Joel Rufino dos Santos traz à tona, no memorialístico Assim foi (se me parece) - Livros, polêmicas e alguma memória, algumas das passagens mais importantes do passado recente do país. Testemunha e personagem das últimas cinco décadas da vida social e política brasileira, ele registra, para a posteridade, com um olhar agudamente crítico, sua própria história e o tempo em que viveu. Além de ajustar as contas consigo mesmo e com o passado - a militância política, o golpe militar, as perseguições e prisões, o exílio, o envolvimento com o movimento negro - , Rufino resgata o valor do "general Sodré", seu mestre e amigo Nelson Werneck Sodré, para a historiografia da literatura brasileira. Consagrado como um dos mais importantes intelectuais do país, Joel Rufino traz a público, com transparência e humildade, a história de toda uma geração. Assim como foi. Ou, pelo menos, registrou a sua memória.