"A arte de fazer o melhor uso de maus dados" (Labov 1982: 20) é metáfora mais que apropriada para definir o tipo de dados de que dispõem os que trabalham no campo da linguística histórica. Em Caminhos da linguística histórica ouvir o inaudível, Rosa Virgínia Mattos e Silva desenvolve conceitos básicos, tanto referentes à linguística histórica, no seu sentido estrito, quanto a sua relação com a filologia e com a linguística teórica. O roteiro que o livro segue busca responder às seguintes questões: Por que as línguas mudam? Como mudam? São essas as perguntas primárias e primeiras para as quais a linguística histórica busca resposta, desde que se constitui, com rigoroso método, a partir do século passado, mas certamente desde antes, como especulação em torno de problemas cruciais para a compreensão do fenômeno da linguagem humana, ou mesmo desde o mito de Babel, nos confins de nossa história.