O presente trabalho parte do pressuposto de que não basta reconhecer que estão em curso os processos de midiatização, convergência midiática e ascensão das mídias sociais, assim como não basta dizer que tudo é mídia, como consequência do uso desenfreado das redes sociais digitais. Para se chegar à definição e classificação do que ainda se pode chamar de estudos de recepção e consumo midiático, é importante diferenciar mídia e mídia social, identificado por seu caráter de institucionalidade, formalidade e mecanismos de regulação. Essa é a razão pela qual não é nomeado como mídia todo e qualquer dispositivo, digital ou analógico, e pela qual também não se considera toda e qualquer pesquisa que envolva o uso de redes sociais, de dispositivos e de plataformas digitais como de recepção ou consumo midiático. A reflexividade presente nesta obra é referência obrigatória para quem se dedica à análise das relações entre audiências e mídia/consumo cultural. Não fosse o bastante, ainda podemos usufruir de um mapa que mostra a vitalidade da recepção que se reinventa a cada década em termos de seus variados objetos e desafios que eles colocam aos pesquisadores. O livro delineia a importância acadêmica e social de uma pesquisa atenta às realidades do país, alertando para a necessidade dela se consagrar também como uma referência teórica para o campo da comunicação.