O livro aqui apresentado pretende questionar a interpreta- ção tradicional da historiogra a brasileira sobre a opo- sição da grande imprensa carioca ao segundo governo Vargas (1951-1954), que seria motivada pela incompatibilidade entre uma imprensa liberal e um governo nacionalista. Tal pressuposto é exaustivamente analisado, permitindo veri car que nem o governo Vargas foi nacionalista e anti-imperialista nem a chamada grande imprensa era necessariamente liberal e entreguista. Constata-se, ao contrário, que ambos mais se aproximavam do que se distanciavam em termos de política econômica, pois compartilhavam boa parte dos princípios de- senvolvimentistas que, à época, ganhavam densidade teórica com a CEPAL. Embora ainda se perceba a forte divergência política entre esses atores, os quais, porém, focavam-se mais nas políticas inclusivas sustentadas por Vargas em sua vida pública.