Poucos souberam falar sobre a dor, a solidão e o inferno dos condenados como Oscar Wilde em A balada do Cárcere de Reading. Testemunho autobiográfico e libelo contra a injustiça, esta pequena obra-prima representa a mais dramática expressão de seu gênio poético. Última de suas obras publicada em vida, retrata os horrores por que passou o poeta, romancista e dramaturgo irlandês, quando cumpriu pena por homossexualismo e violação dos princípios morais da rígida Inglaterra vitoriana. A convivência com a morte, a violência e a desumanização dos prisioneiros são cantadas, no entanto, em versos de extrema sensibilidade e beleza poética. A tradução rigorosa e a apresentação de Paulo Vizioli fornecem ao leitor a oportunidade de conhecer mais a fundo este texto que, por sua singularidade, é único na literatura inglesa, constituindo a derradeira manifestação de um escritor que buscou expressar a autonomia artística com a própria vida