Danielle Ardaillon constata que mais do que um salário, a profissionalização e o trabalho asseguram às mulheres da classe média um espaço de liberdade para modelar um novo status também no âmbito privado, onde atuam valores culturais patriarcais. Ao demonstrar que as ambigüidades da vivência cotidiana da condição feminina refletem a ambigüidade fundante da nossa moderna concepção de liberdade e igualdade, a autora sinaliza o engodo do individualismo e os percalços da cidadania das mulheres.