No contexto desta obra, apresenta-se os índios charruas, habitantes da região pampiana antes da chegada dos colonizadores europeus, que, em virtude de políticas adversas, foram considerados desaparecidos, porém, acreditando-se numa resistência silenciosa por parte deste povo, diante de políticas desfavoráveis, descobriu-se que tal resistência os teria impedido da extinção. Discute-se a noção de território e território indígena no direito internacional, bem como a cosmovisão indígena. Tematiza-se, o conceito de fronteira, concebendo-a como categoria que tem adquirido uma série de acepções na atualidade, tentando-se compreendê-la a partir de relações de poder, ambiguidades e hibridismos, nas diversas situações que nela se encontram. Reflete-se sobre os problemas da educação superior indígena e a Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu, ao tempo em que se demonstra que esta possui toda uma estrutura pensada para receber os acadêmicos indígenas, ainda que em um sistema, muitas vezes, desfavorável. Analisa-se a mineração e seus impactos no sul da bacia do rio Orinoco, alertando-se para os problemas da mineração ilegal. Denuncia-se a violência contra os povos tradicionais, principalmente a partir das disputas pela terra, as quais têm se acirrado muito nos últimos tempos, com a forte pressão da sociedade envolvente no sentido de que a terra sirva apenas à exploração promovida pelo capital. Estuda-se, a partir de uma análise da organização política dos povos indígenas da Raposa Serra do Sol, os reflexos das relações de poder entre as lideranças indígenas e a influência destas relações no movimento e nas comunidades indígenas, bem como no contexto da reconquista territorial.