As urgências, em suas configurações subjetivas, tornaram-se um fenômeno contemporâneo de elevada prevalência que, muita das vezes, diante da premência em aplacar o mal-estar, colocam-se numa relação de demanda para com o discurso da ciência à revelia de seus fatos producentes e condicionantes. Todavia, a experiência da crise se revela como um campo polissêmico, atravessado por diferentes variáveis que exigem do clínico presteza diante do novo que se apresenta a cada instante. Foi diante dos impasses da clínica da urgência que esse livro se originou como resultado de um seminário realizado no Instituto Raul Soares intitulado “Urgências Psiquiátricas e Atenção à Crise na Rede de Saúde Mental”, e que teve como proposta discutir a crise em seus aspectos clínicos-teóricos e políticos-assistenciais.