"Pode-se dizer que o ponto forte do trabalho de Karla Holanda está em sua opção por um foco bem recortado, além de inédito. Seja no corte temporal, analisando o período chave da consolidação da "retomada" no campo documentário; seja no corte geográfico, que torna possível uma visão sincrética, mas exemplar, do tipo de cinema que se propõe abordar. A proposta é clara e creio que defensável sobre todos os pontos de vista. A autora não se seduz pelo caminho fácil. Não se entrega a destrinchar insights iluminados, baseados em descrições minimalistas de análises fílmicas. Ao contrário, vai a campo em busca de algo raro na pesquisa de cinema no Brasil: dados, números, informações concretas, contato pessoal com diretores, exibidores e produtores dos filmes abordados [...] Seu trabalho - de modo honesto, restrito e preciso - envolve uma atividade de pesquisador que salta aos olhos, trazendo contribuição significativa aos estudos de cinema no Brasil, seja pelo conteúdo apresentado, seja pelo método que aplica ao obtê-lo."