Este é o pungente depoimento de um herói do povo tcheco, mundialmente celebrado por ser exemplo de bravura e honradez na resistência ao invasor estrangeiro fascista. Julio Fuchik nasceu em Praga, em 1903, filho de família operária. Na escola, mostrou interesse em política e literatura e atuou em teatro amador. Em 1921, ainda estudante, participou da fundação do Partido Comunista da Tchecoslováquia (PCT). Dentro do PCT, tornou-se responsável pelo setor cultural. Foi redator do jornal do partido, Rudé Pravo (Direito Vermelho), e de diversos outros periódicos. Nesse período, foi preso várias vezes pela polícia secreta. Em setembro de 1938, por pressão da Alemanha nazista, o governo de Praga tornou o PCT ilegal. Quando as tropas alemãs invadiram o país, em março de 1939, Fuchik continuou a atuar na clandestinidade. No início de 1941, foi eleito para o Comitê Central do partido, assumindo o cargo de editor do Rudé Pravo. Em 24 de abril de 1942, foi preso em Praga pela Gestapo - a polícia secreta nazista. Inicialmente, ficou detido na prisão local de Pankrác, onde foi interrogado e torturado. Ali, redigiu as anotações que compõem este livro, em papeis de maços de cigarro contrabandeados para fora da prisão por guardas que simpatizavam com ele. Em maio de 1943, foi levado para a Alemanha. Ficou preso em Bautzen pouco mais de dois meses e, em seguida, em Berlim. Em 25 de agosto de 1943, foi acusado de alta traição, considerado culpado pelos tribunais nazistas de Berlim e condenado à morte. Foi enforcado duas semanas depois, em 8 de setembro do mesmo ano. Após a guerra, sua esposa, Gusta Fu?íkova - que também estivera presa em campo de concentração nazista - conseguiu recuperar todos os escritos de Julio na prisão. Com a ajuda do PCT, em 1947, ela os editou neste livro que foi traduzido e publicado em mais de 90 idiomas e cuja edição brasileira a Revan agora recupera.