A coleção Estado de Sítio, da Boitempo Editorial, lança Extinção. O livro do filósofo Paulo Arantes reúne escritos em que o autor destrincha as entranhas do imperialismo norte-americano Guerra ao terror, ataques preventivos, tortura terceirizada, guerra high-tech, petróleo e dinheiro e o que ele aponta como o colapso do petismo no Brasil. Cortante, irônico, ágil e provocador, os textos descortinam, sem meias palavras ou concessões, as mistificações de intelectuais que justificam a barbárie e as ilusões conciliadoras de alguns grupos de esquerda. A falência do governo Lula sobre o qual dizer que acabou não deixa de ser um exagero piedoso, pois supõe que em algum momento ele tenha começado é, para Arantes, uma entre várias extinções: das idéias, das opções, da política, da vida. Extinção traz ainda entrevistas concedidas por Arantes a diversos jornais e revistas. Discutindo o papel do intelectual na contemporaneidade e desafiando consensos. Deu no que deu. O mediador providencial nomeado conciliador universal de todos os antagonismos de uma nação dilacerada quando muito armou um jogo de cena entre tese e antítese: enumerando a esmo, agronegócio e reforma agrária, Monsanto e movimento ambientalista, Microsoft e software livre, gesticulação diplomática Sul-Sul e tropas no Haiti a mando do Império etc. A síntese não veio e não virá, analisa o filósofo. O livro de Arantes, que é também coordenador da coleção Estado de Sítio, completa as inquietações dos demais títulos da coleção: Bem-vindo ao deserto do real!, de Slavoj Zizek, Videologias, de Eugênio Bucci e Maria Rita Kehl, Estado de Exceção, de Giorgio Agamben e Guerra e Cinema, de Paul Virilio. Juntos, representam uma visão crítica radical sobre os aterradores cenários do capitalismo global, onde se cruzam neuroses, fanatismo religioso, farsa política, militarismo, mídia corporativa e vale-tudo jurídico. Trata-se de um programa de compreensão e contraponto para os absurdos do nosso tempo.