Em sua Ficção, Sonia Coutinho problematiza os dilemas da mulher moderna, diante das escolhas a fazer. De um lado, aceitar a manutenção do status familiar conservador, subordinando-se à sua lógica; de outro, buscar a liberação que implica na liberdade de pensar, escolher e agir, mas que pode trazer a solidão, a carência afetiva e outros tipos de limitação. Esta dialética permeia a narrativa da autora de forma bastante crítica, mostrando personagens em situações de tensão entre as duas ordens de valores, a dos papeis antigos e a dos desafios da emancipação. A escrita em labirinto, o jogo intertextual, a metalinguagem, a inserção de diversos conteúdos culturais à fatura de seus romances demonstram que ela produz uma obra pessoal, atualizada com as pesquisas formais da ficção contemporânea.