A necessidade de amar, a ternura, a sensibilidade, a total dependência em relação ao amado e seu devotamento a este aparecendo cada vez mais como atributos especificamente femininos, o amor continua, ao longo de séculos, a se impor como um polo constitutivo da identidade feminina. Essa ideologia do amor contribui, de certa forma, para reforçar a representação da mulher como dependente econômica e socialmente do homem, incapaz de assumir a autonomia de sua vida, um padrão constitutivo da sociedade por séculos não questionado. Ressaltar a importância do amor para uma mulher na própria constituição de sua subjetividade e a sua repercussão nas parcerias amorosas que vier a estabelecer com um homem é o propósito deste livro.