O livro realiza uma atualização do debate sobre identidades étnico-raciais, trazendo à tona uma crítica à associação (amplamente legitimada nas discussões sobre relações raciais) entre as noções de negritude e africanidade. Valendo-se de exemplos em pesquisas realizadas na cidade de Miami, bem como de alguns do contexto brasileiro, o eixo argumentativo materializa a necessidade de considerar que as identificações étnico-raciais e a identidade negra não podem mais ser lidas a partir de discursos políticos e pedagógicos que restrinjam a negritude ao discurso da africanidade. Considera-se que esta obra, abastecida de discussões teóricas e exemplos empíricos, insere-se numa discussão bem atual acerca das relações raciais no país, em que procura contribuir para novos desdobramentos analíticos sobre o tema. A tarefa de "desconstrução" da associação entre negritude e africanidade, supondo uma nova noção para esse fenômeno em processo, a "pós-africanidade", resulta numa posição que também pode ser lida como "esquema analítico" instrumentalizável para o estudo de outros fenômenos identitários.