Nesta obra, o autor organiza e sistematiza conceitos do pensamento descolonial de forma clara e precisa, o que certamente servirá para pesquisadores do direito e fora dele, e lança mão destas lentes para se debruçar sobre a fundamentação utilizada pelo STF em relação à tese do ‘marco temporal’ da ocupação de terras indígenas. A criação da tese escondeu aquilo que o autor diagnosticou como uma postura colonialista do Estado Brasileiro que, a despeito da ruptura constitucional, ainda persiste. Este trabalho de caráter eminentemente analítico ainda nos mostra a importância do estudo do discurso de fundamentação das decisões judiciais, sobretudo em relação a demandas de grupos minoritários.