O livro Robôs e Inteligência Artificial nas telas: Tecnociência, Imaginário e Política na ficção nasce de diversos incômodos. O primeiro envolve a percepção de uma visão demasiadamente negativa sobre ciência e tecnologia, no âmbito sociocultural. É comum se deparar com a ideia de que máquinas se rebelarão contra a humanidade, escravizando ou destruindo-a. Uma atualização dos sentimentos que conduziram trabalhadores ingleses no século XIX a quebrarem maquinários no início da Revolução Industrial. Tanto neste quanto naquele caso, uma visão crítica da tecnociência é fundamental, mas outra face permanece oculta: Por que, antes mesmo de existirem concretamente, os frutos da tecnociência povoam a imaginação humana? Porque suas imagens e discursos tocam o recôndito do ser: anseios e receios reprimidos, mas expressos simbolicamente nos objetos técnicos, nas obras ficcionais ou não e nas relações humanas. [...]