Em sua busca da perfeição, a velha ética, sustentada principalmente pela cosmovisão judaico-cristã, chegou a um beco sem saída: como lidar com o lado sombrio e negativo que, suprimido ou reprimido, foi pouco a pouco se acumulando ao lado da luz e da perfeição tão almejada? Uma das saídas foi a psicologia do bode expiatório, fosse ele outra pessoa, grupo, classe, raça ou nação. Isso tudo com resultados catastróficos, que sempre levaram à destrutividade mútua. Apoiado nos dados de psicologia profunda de C. G. Jung, Erich Neumann nos propõe uma nova ética, buscando não a perfeição maniqueísta, mas a integração do lado sombrio e negativo que habita em cada um de nós. Em vez de nos tornarmos vítimas de projeções, podemos ser os colaboradores da unidade e da integração, para o nosso bem e o de todos os outros. Erich Neumann (1905-1960) foi poeta, novelista, filósofo e médico. A partir de 1934, conheceu C. G. Jung, de quem se tornou discípulo e um dos maiores colaboradores (...)