A presente obra se centra no estudo das prisões no contexto latino-americano, de modo particular em nosso país. A partir dos múltiplos rostos da violência e da perspectiva que nos cor­responde ter da política criminal e da segurança pública (indis­sociável esta da questão prisional), o autor se debruça sobre o papel da polícia na contemporaneidade (sua atuação preventiva e repressiva), bem como sobre o encarceramento massivo e seus efeitos perversos. Buscando mostrar o cárcere em sua inteireza, mergulha em seu interior, numa viagem virtual que expõe suas deficiências, suas mazelas, com ênfase na superlotação e suas repercussões nega­tivas sobre bens e serviços, como saúde, trabalho, assistência educacional, lazer e alimentação. O autogoverno e o cogoverno são também objeto da análise neste texto, atento à atuação das facções, à expansão das drogas e à sexualidade atrás das grades. Na abordagem sobre a fraude da prisão como agência terapêu­tica, tem-se uma oportunidade de revisitar os conceitos de res­socialização e reinserção social. Noutro plano, são apresentados diversos casos emblemáticos de medidas provisórias (fixadas pela Corte Interamericana de Direitos) e as reflexões que emergem acerca do estado de coisas inconstitucional. O autor discorre sobre a aplicação da justiça restaurativa intra­muros e o modelo APAC de prisão virtuosa, com seus baixos índices de reincidência. Destaque para os documentos internacionais de proteção dos direitos humanos, a audiência de custó­dia, as alternativas penais (entre elas a vigilância eletrônica a dis­tância) e, por último, a defensoria pública e sua importância no universo carcerário. Considerações finais e recomendações, a par­tir de perguntas formuladas nas páginas iniciais, dão um signifi­cado maior à obra.