A arquitectura francesa na sua passagem dos estilos medievais para a linguagem clássica não se caracteriza por ser obra "de autor", antes exprime uma tendência para a transformação de ideias e vontades colectivamente assumidas em sectores da sociedade que se podem considerar os "autores colectivos" de novos monumentos, num processo de criação lento agregando em cada obra de base tradicional os elementos importados que a moda ou necessidades de um tempo sugerem. Assim também "a arquitectura do renascimento" chegou a França como uma moda da casa real que transportou consigo mais discurso que teoria, mais imagem circunstancial do que outra sabedoria de fazer. Enquanto os criadores importados de Itália discorriam sobre a modernidade da sua arte nos salões da corte, os construtores iam marcando as obras por adição sucessiva nas tradições de cada tempo, levando os sintomas da crença na maneira gótica até uma idade muito avançada do classissismo.