Como assegurar que não somos meros sonhos de um criador que desconhecemos, e por que confiar em sua existência? Partindo do dilema borgiano de uma mulher que se vê personagem de uma obra de ficção e de todas as reflexões que passa a ter em função disso, Estevão Azevedo alinhava sutilmente referências literárias que vão de Homero a Vinicius de Moraes, passando por Camus, João Cabral de Melo Neto e, sobretudo, Machado de Assis. O resultado é um romance metaliterário, que, em vez de se propor erudito, sugere um pacto lúdico ao leitor.