Imagine alguém sofrendo um ataque cardíaco, mas que acredita estar com um simples enjôo de estômago. Embora a percepção errada não altere o fato objetivo, ela impede uma resposta adequada. A percepção não é o fato, mas isso em nada diminui a importância do fato da percepção. Erros desse tipo podem ser fatais. O Brasil passa por algo parecido. Os sintomas de mal-estar são inequívocos: baixo crescimento, péssimo ensino, informalidade crescente, violência alarmante. Falta-nos, contudo, um diagnóstico preciso e amplamente compartilhado da raiz comum desses males. O livro de Giambiagi tem um duplo mérito. Ele não apenas disseca as entranhas e anomalias do leviatã anêmico em que se tornou o Estado brasileiro, mas ele funciona como um antídodo contra as percepções errôneas que nos paralisam e impedem de enfrentar as causas reais de nossos problemas, a começar, é claro, pela terrível encrenca previdenciária em que nos metemos. Os remédios prescritos podem parecer amargos, mas uma coisa é certa: deixar as coisas como estão, ao abrigo da imprevidência e do auto-engano, só fará aumentar a dor. Para o futuro do país, a previdência é um nó que precisa ser desatado. A leitura deste livro é importantíssima para que todos percebam isso e saibam que há caminhos para superar os entraves. Trata-se de uma contribuição inestimável para o debate que o Brasil precisa travar (Ali Kamel, jornalista). Giambiagi escreve sobre questões áridas com paixão e ardor. Ele atropela os ouvidos moucos ao bom trato dos dinheiros públicos pelos governantes e se indigna com a vasta ignorância, nem sempre santa, que acinzenta o debate fiscal no país. Aqui ele se esforça em traduzir para o leigo as razões pelas quais a baixa produtividade do gasto público e o déficit da previdência interditam a construção de um país rico, soberano e justo. Tomara que tenha sucesso! (Antonio Machado de Barros, colunista do Correio Braziliense e do Estado de Minas). Se não fosse uma questão de conta, a gente poderia dizer que Fabio Giambiagi ‘inventou’ o déficit do INSS. Ainda hoje, estão por aí algumas pessoas que dizem estar sobrando dinheiro. A amplíssima maioria dos analistas e mesmo dos políticos, porém, sabe que há um problema com a previdência e que não há saída fora das reformas. Fabio Giambiagi foi quem nos explicou isso desde muito tempo atrás. Persistência, inteligência, resiliência, eis suas virtudes. (Carlos Alberto Sardenberg, rádio CBN). De forma simples, mas sem ferir o rigor técnico, Giambiagi coloca as mãos no vespeiro dos desequilíbrios da previdência. Tema que, embora impossível de dissociar da aritmética, é comumente tratado com emoção, quando não com ideologia. Duas reformas feitas foram insuficientes. O enorme déficit da seguridade bate à nossa porta, ameaça as gerações futuras e exige um novo processo de mudança. (Cláudia Safatle, jornal Valor Econômico).