Num dia aparentemente normal, Mônica vê sua calcinha escapar do varal e inicia uma corrida insana pelas ruas da cidade atrás de sua fugitiva intimidade. A busca, no entanto, acaba perdendo o sentido e a direção, atravessando tempos e espaços diversos e, como num sonho, misturando e recombinando tudo pelo caminho. Seu namorado vira seu chefe, seu chefe vira seu cachorro, que vira um motorista de ônibus e segue se transformando. É como afirma Mônica: “Imagino minha calcinha olhando de rabo de olho quando eu esquecia meu zíper aberto. Olhando pro lado de fora do meu short se perguntando qual era a sensação de ver a rua, de ver o sol.” Vivendo numa sociedade que lhe exige alcançar os melhores desempenhos, é na busca por uma calcinha perdida que Mônica encontra maneiras de se livrar de um cotidiano que a sufoca e enclausura.