O livro é um convite ao debate sobre a centralidade do lugar do trabalho como autoconstrução humana, pautando as condições de sua realização na área específica da saúde. Nele, o sentido de humano ultrapassa a visão das vertentes que o equiparam a "capacidades, conquistas e fracassos individuais", concebendo-o de um modo mais rico, enquanto construção necessariamente coletiva e pública. Em textos que tomam em consideração políticas atuais do Ministério da Saúde e do programa Humaniza-SUS, arrolam-se experiências, análises, propostas e enfoques teórico-práticos nos quais o processo do trabalho e o processo de produção do trabalhador são tratados numa recíproca relação de inseparabilidade. Ampliando a agenda e o temário para se pensar as políticas de saúde no país, o livro convida à experimentação de modos de trabalhar onde saúde é vida e, como tal, é criação, vivência de limites, dor e prazer. Para tanto, debruça-se sobre o complexo e paradoxal mundo do trabalho em saúde, partindo da proposta da política de humanização da atenção e da gestão, instigando a desnaturalizar a equação de que trabalho é igual a sofrimento. Afinal, "como humanizar a atenção ao usuário sem criar organizações humanizadas, sem co-construir trabalhadores capazes de cuidar de si mesmos e dos outros?" - questiona sugestivamente Gastão Wagner de Souza Campos na sua "Apresentação" ao livro.