A arte de Toulouse-Lautrec é aquela do contraponto. Ele escolhe temas notoriamente vulgares: salões de baile com decorações miseráveis, corpos de mulheres cansadas ou sem nenhuma graciosidade, não para mostrar-lhes a feiúra, mas para descobrir-lhes a beleza, a alegria, o frescor que outro olho qualquer não poderia perceber. Em resumo, Lautrec mostra o contrário daquilo que representa. É exatamente essa procura pela pureza, essa sua necessidade do absoluto, que o levam a buscar uma inspiração cada vez mais distante da sociedade aristocrática e culta em que nasceu.