Em que pese no Estado brasileiro tenha havido avanços no que diz respeito ao direito das mulheres, a implementação dos mesmos ainda é restrita em razão das tradições mantidas pela sociedade e conservadas pelo Direito. O processo de subalternização da mulher se mistura com a formação da instituição familiar e com a garantia de direitos civis, de modo que o Direito, ao longo dos anos, tem sido um instrumento que reforça preconceitos. Com o intuito de tecer uma crítica aos tradicionalismos que vinculam as mulheres à padrões de conduta, através de papéis, no presente texto se realiza uma desconstrução do conceito de gênero, fazendo uma relação entre sexismo, machismo e distribuição de papéis. Para além de uma abordagem dos discursos instituídos e de como a mulher é vislumbrada pelo Poder Judiciário, também se analisa os dados obtidos mediante entrevista de mulheres que laboram no Poder Judiciário do Rio Grande do Sul, com o objetivo de averiguar se essas sofrem discriminação em razão de gênero e de analisar subjetivamente quais possíveis desafios poderiam ser apontados para superar a violência de gênero institucionalizada.