Em suma, o livro tem como cerne a preocupação central das democracias constitucionais contemporâneas: como se deve decidir em uma democracia. No desenvolvimento do seu raciocínio, o autor elabora uma importante relação entre a dogmática privada e a pública evidenciando como o secular conhecimento desenvolvido acerca da boa-fé objetiva pode ser a chave-de-leitura mais adequada para se compreender o dever de motivação colocado no CPC-2015. () Bernardo compreende, perfeitamente, que de nada adianta legislação democrática se a forma de decidir não for democrática. Ou seja, há uma falha da democracia constitucional enquanto democracia se o Judiciário não for fi el aplicador e seguidor das regras do jogo. Mais do que isso, o autor desenvolve todo seu raciocínio, tendo claramente em mente que o fato de toda aplicação do direito ser interpretativa não nos autoriza a afirmarmos que todo resultado alcançado para se decidir seja juridicamente válido.