Zé Luis Rinaldi é um poeta humilde. O primeiro poema de Músculo involuntário é um dos que, no livro, se apresenta sem versos. Ali, uma descida aos infernos à procura do amor, do outro: "Perdi o centro e não haveria qualquer ponto para me orientar se não existisse você. Desci ao inferno. [...] Uma das marcas do livro é suspeitar do primado do sujeito, já tão discutido pela filosofia, mas resistente, vigoroso. Em poema-chave, lê-se: partido,/ o que significa/ dizer que algo/ de mim partiu/ para um destino/ que desconheço. Humilde, o poeta não sabe o que (se) partiu, mas sabe que partiu e que terá de experimentar a partida, o trajeto. Luis Maffei