Amor e vingança são tema de antologia de contos A Bom Texto Editora lança em junho a antologia Ásperos e macios: histórias de amor e vingança (coleção Novo Conto Novo). São contos que têm como mote a vingança e as difíceis relações humanas em que ódio e amor "aspereza e maciez" são elementos essenciais. Conflitos e vingança na vida profissional ou pessoal; na cidade ou no interior; entre amigos ou amantes; em situações corriqueiras ou absurdas. E nem sempre sai vitorioso aquele que conquista a simpatia do leitor. Amor e vingança são dois grandes temas da literatura universal. A permanência em nosso imaginário da avassaladora atração entre os protagonistas de Romeu e Julieta, de Shakespeare, e da meticulosa retaliação perpetrada por Edmond Dantès em O conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, confirmam isso. Sem falar nas várias adaptações cinematográficas e obras claramente inspiradas nesses clássicos. O fato de serem assuntos tão recorrentes na criação de narrativas atesta também como são importantes motivadores da existência do homem e, consequentemente, dois motores de nossa história. Com um mote que permite diversas possibilidades ficcionais, as vinte histórias desta antologia representam também um variado painel do gênero "conto". O regionalismo se faz presente em "Raimundo e Zé Raimundo", de Maria Joana Rodrigues Colin. Entre os representantes do conto fantástico, temos "O Porco", de Rodolfo Motta Rezende. Primo-irmão desse gênero é o conto maravilhoso de Geny Vilas-Novas, "Três Marias". Uma narrativa tragicômica é o que faz Helio Brasil em "Insídia". Alex Weinberg reconstrói um episódio histórico em "A vingança de Artemísia". "O rompimento", de Esther Largman, é uma delicada short story. Conceição Albuquerque nos dá uma amostra de singelo lirismo em "Broa de milho". Mariana de Oliveira criou uma trama cômica e movimentada por diversos imprevistos em "Mandinga". Um amargo monólogo interior é a tônica de "A parede", de Jacobb Gonik. E não chegamos sequer à metade dos contos do livro. O prefácio redigido pelo escritor Hélio de Almeida Fernandes atesta e esmiuça tal diversidade estilística e temática, detendo-se em pormenores que enriquecem consideravelmente a experiência do leitor.