Estranha, obsoleta e até perigosa para alguns, a palavra consolação, para os discípulos de Inácio de Loyola, designa nada menos que as visitas do Espírito à alma humana, o momento em que Deus vem reanimar o dinamismo interior de uma pessoa. No final de sua vida, o fundador dos jesuítas confidenciava que não podia viver sem consolação, isto é, sem sentir em sua alma algo que vinha e só podia vir de si mesmo, mas que tinha sua origem unicamente em Deus. Para ele, essa palavra era tão essencial à vida espiritual quanto a palavra felicidade o é para uma vida bem-sucedida. Querer entender em poucas linhas o que se esconde por trás do termo consolação e de seu contrário, desolação, é um desafio, porque esse binômio reúne as mais profundas experiências espirituais de Inácio de Loyola e de seus companheiros, assim como as mais corriqueiras. [...]