Na primeira parte deste trabalho, os autores discutem o Desenvolvimento Territorial, encarando os territórios como campos em que se defrontam protagonistas com interesses diversos; estudam os processos localizados de cooperação como forma de dominação; e analisam os mercados locais e as iniciativas que podem ser levadas adiante por organizações populares. O estudo dos sistemas produtivos localizados, baseado nas origens territoriais - meio ambiente cultural e natural - e nas forças sociais, possibilita políticas públicas que estimulem a formulação descentralizada de projetos capazes de valorizar os atributos, locais e regionais, no processo de desenvolvimento. Na segunda parte, faz-se uma avaliação da Política de Segurança Alimentar e Nutricional, com base no Programa Fome Zero, que marca o combate à fome como uma ação governamental e não mais como uma ação voluntária da sociedade civil. O objetivo é avaliar, após três anos do seu início, os desafios ainda enfrentados para tornar o acesso a uma alimentação de qualidade uma realidade para toda a população. Discutem-se, ainda, os caminhos e descaminhos do governo atual na busca da seguridade, proteção social e redução da pobreza, e do modelo de crescimento sustentado com distribuição de renda. E, ao final, apresenta-se, como exemplo, a questão da Agricultura Familiar. A última parte do livro reconhece a Economia Solidária - forma de produção, consumo e distribuição de riqueza por meio do associativismo e cooperativismo - como possível mecanismo para a promoção dos direitos humanos; articula o conceito de Desenvolvimento Territorial com o de Economia Solidária, utilizando, para isso, como elemento de mediação, o conceito de capital social; e aborda os interesses hegemônicos e a visão de que o movimento de cooperativas, entre outras formas de autogestão, configura nova ordem social e emancipação dos deprimidos.