A alimentação sempre exerceu fascínio em todas as áreas do interesse humano. Ao longo da história, os alimentos desempenharam papel de destaque no impulso das economias, no desenvolvimento das políticas, nas mais diversas sociedades, e nas relações interculturais entre as nações. A nossa história gastronômica começou no Brasil indígena, com a mandioca, ingrediente amplamente utilizado no preparo da farinha e de uma bebida. Em seguida, a raiz se moldou aos pratos de origem portuguesa, como indispensável ingrediente nos pirões (em Portugal não se usava a farinha e os pirões eram produzidos com miolos de pães). Contudo, para se fortalecer a base da alimentação no Brasil e a formação de seus pratos típicos presentes até hoje na mesa do seu povo, características inigualáveis quanto ao sabor, à beleza e à variedade da culinária brasileira, só foram possíveis graças às influências indígenas, africanas e européias. Muitos brasileiros como músicos, artistas plásticos e escritores têm mostrado a singularidade da alimentação nacional ao exaltarem os elementos que a compõe em suas obras. Ingredientes genuinamente brasileiros são apresentados ao mostrar sua relevância econômica e social. Essa representação, por meio de várias formas de expressão artística, ilustra-nos como esses elementos são importantes culturalmente e qual o impacto dessas obras na sociedade. Levando-se em conta essa herança cultural herdada pelo miscigenado povo brasileiro, recheada de texturas e misturas dos ingredientes oriundos de tantos lugares, o Chef de cozinha Carlos Ribeiro, a jornalista Daniela Barros, e o gastrônomo Eduardo Magno escreveram Comida é Arte - Aspectos culturais e sociais da alimentação do brasileiro através dos tempos. Não se trata apenas de um livro que fala sobre a história dos alimentos, mas sim de uma rica pesquisa iconográfica cujo tema é a alimentação ao longo da história brasileira, com pitadas de música e poesia. A obra conta com o apoio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura.