O trabalho de Edinaldo contém a sensibilidade de um educador atento às luzes e trevas da contemporaneidade. Edinaldo expõe o seu ser educador, reflete a sua vivência enquanto docente atuando com e junto a jovens. Trata-se de uma investigação sobre a própria ação educativa, como compromisso ético com a construção de pessoas humanas, capazes de assegurar uma vida e vivências qualificadas. Não escapa ao autor também um comprometimento político, ao aliar o desejo de responsabilidade identitária com a própria existência do ser humano. Edinaldo reconhece que o aumento incomensurável do racionalismo, em busca da otimização desenfreada da produção mercantil e lucro, torna-nos cegos para o cuidado e a necessária presença afetiva. Entende que a um preço elevado e ainda muito incipiente, começam a surgir vozes e práticas denunciando a gravidade das interferências manipulativas e o seu sonho de formação de jovens é um deles. Foca a formação da identidade num cenário instável e fluido, e busca compreender as transformações sociais, culturais, econômicas no espaço regional em relação direta com a constituição identitária juvenil e de que modo a educação familiar e escolar lida com essas transformações. Atento, não escapam ao autor preocupações sobre se os jovens que conseguem reconhecer a incapacidade de traduzir-se em experiências vividas por opção, ou se pervagam por entre uma existência cotidiana vazia, recheada de opressões reais. Alerta que a mídia como tecnociência com sua ênfase em propagandas de incentivo ao consumismo e ao hedonismo movediço jovens pesquisados e, ao fazê-lo, lhes destrói a experiência da escolha. É uma obra convite à reflexão sobre o porquê do não viver-se, porque não experimentar-se, porque a máquina fotográfica, redes eletrônicas, ou celulares, são o meio para expor-se diante do outro, substituindo o face a face?