Escrito em 1845 por Domingo Faustino Sarmiento (1811-1888), Facundo é a obra fundadora da literatura argentina por ser a primeira a romper com os padrões europeus e a criar um espaço autônomo para as letras latino-americanas. Misto de biografia, romance e ensaio político, este clássico traz a tona duas questões caras à formação nacional: civilização e barbárie, como anuncia o subtítulo. Educador e jornalista - e mais tarde presidente da República -, Sarmiento escreveu Facundo durante seu exílio no Chile, acossado pela perseguição do caudilho Juan Manuel de Rosas, sucessor de Juan Facundo Quiroga. O autor parte da análise da peculiar natureza do pampa e das relações do homem com este meio para construir seu personagem. Enaltecido por Jorge Luis Borges, Facundo é, até os dias de hoje, um arcabouço ao qual se voltam intelectuais e políticos em busca de compreensão para as questões atuais da Argentina. Com tradução e notas de Sérgio Alcides, prólogo inédito em português de Ricardo Piglia, posfácio escrito especialmente para esta edição por Francisco Foot Hardman e mapa da República Argentina em 1830, o livro é o quinto volume da coleção Prosa do Observatório.