Uma Cidade no Trópico é qu e o autor quis precisar d esaída o que há de genérico nas primeiras funcações européias por nossas latitudes. Estas não passam de prudentes \'pés em terra\' junto ao bom porto para as esquadras que cruzam ao largo em demanda das Índias ou, ainda, do desconhecido, e, temendo o estranho novo mundo, estabelecem-se ilhas. No Rio de Janeiro as novas fundações por três vezes permanecem ilhadas tanto com Villegaignon, como na Vila Velha - certamente então sem a estreita restinga sujeita ao mar grosso e que liga o morro d aUrca ao continente - como, finalmente, no Morro do Castelo, Protegido do lado de terra por vastos alagados.Foi também numa ilha que se fundou São Vicente, Recife, São Luis e Destêrro, em Santa Catarina, onde os portugueses \'desterrados\' ainda não tinham certamente topado com os seus sonhos concretizados no estranho novo Continente.Salvador se teve de saída a coragem de procurar o continente, fê-lo com as mesmas reservas com que São Sebastião subiu ao Morro do Castelo, e recolheu, junto à Bahia de Todos os Santos, um local onde o hábil mestre de fortificações que veio com o primeiro governador-geral pudesse projetar (ou mesmo iniciar) diques e consequentes alagadosprotetores do lado de terra firme, plano este que os holandeses, especialistas no assunto, levaram logo depois avante mesmo no curto espaço de um ano que durou a ocupação. Naquela época só uma exeção: Olinda, fundada pelos primeiros colonos refluindo do interior - depois de se espalharem mais confiantes pelos recantos de ar seco do Nordeste e por isso menos \'peçonhento\' - e que, por não ter surgido em local escolhido por gente chegando do mar - como logo - depois Recife - as ondas puseram-se a solapar-lhe os alicerces quando das ressacas engrossadas pelas marés de equinócio.