Era ainda o ano de 1881 quando um verme começou a roer as carnes de um cadáver, e desde então a literatura nacional nunca mais foi a mesma. Romance considerado por muitos críticos como o auge da obra de Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas é lançado pela coleção de bolso da Antofágica.\nNão é porque Brás Cubas está morto que suas experiências não terão a oportunidade de estampar as páginas de um livro. É o que faz, pouco a pouco, o defunto-autor desta obra. Sem pressa, mas com firme propósito, o narrador machadiano fisga o leitor ali, na beira da palavra, para introduzi-lo à história de um homem comum, cheio de impasses, desejos e inquietações – um personagem, sobretudo, profundamente humano.\nNa corda bamba entre o riso e a seriedade, Machado de Assis inverte a ordem natural das coisas ao escrever nas palavras de um morto uma obra que, assim como a morte, tornou-se eterna.