Numa cidade distópica, mas ao mesmo tempo estranhamente familiar, em frente ao túmulo que leva o seu nome, Lúcia conhece Betina. Este é o início de uma viagem que envolve a revelação de mistérios familiares, o confronto de fantasmas, o reconhecimento de derrotas individuais e coletivas, uma vez que se trata de visitar um passado que uma geração inteira ainda tenta elaborar ou esquecer. Uma mulher que não foi capaz de viver a sua própria vida e uma jovem em busca da sua mãe, desaparecida durante a ditadura militar, lançam-se num jogo de proximidade e distância no meio de uma cidade social, econômica e politicamente apodrecida, onde a insegurança, a crise da água, os golpes de Estado e uma elite política corrupta, em que se destaca um prefeito psicopata que manda pintar os muros de cinza, são o retrato do que foi construído desde o fim das utopias.