Disse-me uma vez Leandro Konder: nada é mais atual do que o passado. Resumia assim o que é o ofício de quem escreve a história: revisitar o que foi para entender o que é ou será, o que está? Ao fazer isso, é claro, o historiador também executa aquela versão de Tobias Barreto de que a história poderia passar-se por mera literatura, um romance de historiador. Talvez pensando nisso é que a historiadora Mary Del Priori se fez a clássica questão, não seria a história um espécie de ficção?, pois a única diferença entre história e ficção é que, enquanto esta pode fugir dos fatos, aquela a eles está acorrentada. O saudoso Geneton Moraes Neto lembrava, condenatório: a verdade não se escreve somente com fatos, mas não existe sem eles. Esse livro faz uma releitura de oito episódios bem documentados da história envolvendo mensagens e mensageiros famosos. Através de uma narrativa que mistura ficção e historiografia, fatos e romance, procura-se desfazer mitos, e talvez criar alguns novos. Afinal, o que é ficção mesmo?