Envelhecer é parar de rir de tudo; é deixar de chorar por quase nada. É não ter mais os pais como ídolos; é ignorar seus conselhos. É deixar de lhes gritar por socorro nas horas aflitas. É passar a dar mais importância ao dinheiro do que à diversão; às conquistas amorosas do que aos amigos; ao carro do que ao skate ou à bicicleta. É não ter mais medo do escuro, mas, em compensação, passar a temer as incertezas. É evitar se machucar. É trocar o sorvete pelos suplementos vitamínicos; a amarelinha pelo step; a imaginação pelo conhecimento; a curiosidade pela saciedade ou pelo desinteresse. Por isso, sempre no dia destinado a homenagear o idoso, eu saio cumprimentando as pessoas com mais de doze anos de idade.