Os seres vivos têm, de uma forma ou de outra, mecanismos de interação com o mundo ao seu redor. Isso pressupõe a possibilidade de que a certos estímulos correspondam determinadas reações. Procurar luz, água ou alimentos e evitar temperaturas extremas são os exemplos mais evidentes de comportamentos destinados a aumentar as chances de sobrevivência do organismo, e que pressupõe uma relação com o ambiente circundante. Para que essa interação ocorra, logicamente, é preciso que o ser conheça esse ambiente, para que seja possível posicionar-se diante dele. Não há como se evitar o calor extremo se não se está de algum modo informado da temperatura ambiente, por exemplo. A palavra conheça, no parágrafo anterior, foi propositalmente usada em um sentido muito amplo. É nesse sentido que se diz, por exemplo, que uma bactéria sabe que está sendo atacada e conhece meios para enfrentar a ameaça; o sentido é semelhante quando se afirma que um carro sabe que está com pouco combustível e acende uma luz no painel para informar isso ao motorista. Não há, evidentemente, consciência, mas mecanismos que permitem a reação adequada ao estímulo exterior.