Livro finalista do Prêmio Biblioteca Nacional.Poesia como enfrentamento do que se queria outro, amando os homens quando não são homens, quando não estão engajados em matar. Poesia como lubrificação das articulações, apesar das dores nas costas. tão difícil, ter um corpo, sabê-lo dolorosamente constituído e, mesmo assim, se aproximar da pergunta: o que pode o corpo? Veículo de potência, oscilação de temperaturas, desaparecimento e proximidade: a vida essa coisa imunda, será preciso limpá-la? É na poeira das bordas que Francisco Mallmann suja também a linguagem, passeia por idiomas, disputa imaginários e paisagens, borrando o Eu, o Você, mas sem cair na utópica e sedutora ideia de dizer um Nós. a minha língua quer ser inteira infinita, afirma o poeta. E infinitas são as formas de transar a língua: na palavra, num beijo, na pele, no corpo do texto e nos textos que se escrevem com corpos - sempre no plural. A festa da raspa é começo de outra coisa